Ministro Israelense da Defesa Classifica Anúncio do Hamas como “Violação Total”
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, denunciou nesta segunda-feira a decisão do Hamas de adiar a libertação de reféns, chamando-a de uma “violação completa” do acordo de cessar-fogo em Gaza. Em um comunicado, Katz afirmou: “O anúncio do Hamas de interromper a libertação de reféns israelenses é uma violação total do acordo de cessar-fogo e do acordo para libertar os reféns. Instruí as IDF (Forças de Defesa de Israel) a se prepararem no nível máximo de alerta para qualquer cenário possível em Gaza”.
Ele acrescentou: “Não voltaremos à realidade de 7 de outubro”, referindo-se aos atentados de 16 meses atrás que resultaram em cerca de 1.200 mortos em Israel.
Hamas Suspende Libertação de Reféns
Anteriormente, o Hamas havia anunciado que suspenderia a libertação de reféns israelenses até novo aviso, alegando violações por parte de Israel no acordo de cessar-fogo. Em resposta, o escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, divulgou um comunicado afirmando que “todas as famílias dos reféns foram informadas sobre o anúncio do Hamas” e que “o Estado de Israel se compromete a respeitar o acordo e leva qualquer violação do mesmo com a máxima seriedade”.
O Fórum das Famílias dos Reféns solicitou assistência aos países mediadores para ajudar a restabelecer e aplicar eficazmente o acordo existente.
Acusações do Hamas
Abu Ubaida, porta-voz do braço militar do Hamas, afirmou que, desde o início do cessar-fogo em 19 de janeiro, Israel havia atrasado o retorno dos palestinos deslocados ao norte de Gaza, realizado bombardeios militares e disparos contra os gazatianos e impedido a entrada de ajuda no território. Embora o cessar-fogo tenha se mantido em grande parte nas últimas três semanas, alguns incidentes resultaram em palestinos mortos por disparos israelenses.
O fluxo de ajuda humanitária para Gaza aumentou desde o cessar-fogo, segundo agências de ajuda. No entanto, Ubaida declarou que o Hamas não libertaria mais reféns até que Israel “cumpra e compense pelas últimas semanas”.
Trocas de Reféns e Cessar-Fogo
Israel e Hamas estão em meio a um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual o Hamas se comprometeu a libertar 33 reféns capturados no atentado de 7 de outubro de 2023, em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinos. Desde o início do cessar-fogo no mês passado, ocorreram cinco trocas, resultando na libertação de 21 reféns e mais de 730 prisioneiros palestinos. A próxima troca está programada para sábado, com a previsão de libertar três reféns israelenses em troca de centenas de prisioneiros palestinos.
Detenção de Líder do Hamas em Jenin
Na noite passada, forças israelenses detiveram um suposto líder do Hamas em Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada. A operação faz parte de uma ofensiva contínua contra as milícias palestinas que já dura 21 dias. As autoridades identificaram o detido como Alá al Din Bitawi, capturado junto a vários militantes procurados que, segundo as forças israelenses, planejavam ataques contra soldados e civis na Cisjordânia.
Durante a ofensiva no campo, um reduto histórico das milícias palestinas, Israel matou pelo menos 25 pessoas, incluindo duas menores de idade: uma bebê de dois anos e um adolescente de 16.
O Exército também incluiu os campos de refugiados de Tulkarem e Nur Shams na operação, denominada “Muro de Ferro”, que começou dois dias após o cessar-fogo na Faixa de Gaza. Em Tulkarem, pelo menos quatro pessoas morreram, enquanto na região de Tubas, onde se localiza o campo de refugiados de Fará e a localidade de Tamún, outras dez mortes foram registradas. O Exército já se retirou de Tamún.
(Com informações da AFP, AP, Europa Press e Reuters)
