Pesquisadores causam polêmica ao realizar pintura em gravuras rupestres milenares em Manaus
Um grupo de pesquisadores se envolveu em uma controvérsia após realizar intervenções em gravuras rupestres antigas reveladas pela seca do Rio Negro, em Manaus. A intenção dos pesquisadores era “ressaltar os atributos” das gravuras, porém, a ação tem recebido críticas desde a publicação das fotos em redes sociais.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) alertou que qualquer intervenção no local precisa de autorização e afirmou que acionou órgãos de fiscalização para evitar danos às figuras históricas.
O historiador responsável pela ação, Otoni Mesquita, emitiu uma nota pedindo desculpas e explicando sua intenção. Segundo ele, a pintura foi feita com argila natural, com o objetivo de ressaltar os detalhes das gravuras. Mesquita alegou que utilizou métodos aprendidos em sua formação acadêmica em jornalismo, gravura e história da arte.
No entanto, internautas criticaram a ação dos pesquisadores nas redes sociais, questionando se a tinta utilizada poderia prejudicar as gravuras antigas.
O Iphan ressaltou a importância de se obter autorização para realizar intervenções em sítios arqueológicos e destacou que a legislação proíbe a destruição e mutilação de bens arqueológicos.
Diante da repercussão do caso, o instituto informou que está realizando fiscalizações na área do sítio arqueológico e está providenciando um plano emergencial para preservar o local.
As gravuras rupestres, conhecidas como “caretas” devido às suas semelhanças com expressões humanas, são pré-históricas e representam as civilizações antigas que habitavam a região. Elas foram reveladas pela seca do Rio Negro, que registra níveis baixos históricos.