Crise Diplomática: Comitê dos EUA Aprova Sanções Contra Alexandre de Moraes
Mundo – Em um evento que abala as relações entre Brasil e Estados Unidos, o Comitê Judiciário do Congresso americano aprovou, nesta quarta-feira (26/2), uma legislação que pode impor sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A medida poderá incluir a proibição de sua entrada em território norte-americano. Intitulada de “No Censors on Our Shores Act” (Sem Censores em Nosso Território), a proposta vem como resposta às ações de Moraes contra plataformas digitais, como a suspensão do X e do Rumble no Brasil, vistas por parlamentares republicanos como atos de censura a cidadãos americanos.
🚨URGENTE – Lei que pode cassar o visto de Alexandre de Moraes acaba de ser aprovada na comissão da câmara dos deputados dos EUA! pic.twitter.com/5KKbHc2Hfo
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) February 26, 2025
Aprovação e Reações
A aprovação, ocorrida por volta das 13h (horário de Brasília), foi celebrada por bolsonaristas e pela ala radical do governo de Donald Trump, recém-empossado. O deputado Darrell Issa, autor do projeto, justificou a medida como uma reação às “censuras contra norte-americanos”, comparando as decisões de Moraes a práticas de regimes como o do Irã. “Se você ataca a liberdade de expressão de cidadãos dos EUA, não é bem-vindo aqui”, declarou Issa, reforçando o tom de confronto.
Histórico de Conflitos
A ofensiva contra Moraes e o STF começou em 2024, quando o ministro determinou a suspensão do X no Brasil após a plataforma de Elon Musk se recusar a nomear um representante legal no país. O caso ganhou destaque internacional, com os EUA acusando o Brasil de cercear liberdades. Embora a empresa tenha cedido, o episódio abriu caminho para uma guerra jurídica e política. Recentemente, a suspensão do Rumble por motivos semelhantes alimentou o foco do conflito, além de um processo movido nos EUA por empresas de mídia de Trump e pela própria plataforma, alegando manipulação de fatos e censura por parte do ministro.
Implicações Políticas
No Brasil, a votação no Comitê americano é vista com cautela pelo governo, que teme uma interferência republicana nas eleições de 2026. A coincidência temporal com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro, aliado de Trump, na semana passada, intensifica as tensões. Para os apoiadores do ex-presidente brasileiro, a lei representa um golpe contra o que chamam de “ditadura judicial” no STF.
Próximos Passos da Legislação
Embora o projeto tenha passado no Comitê Judiciário por 25 votos a 19, seu caminho até virar lei ainda é longo. Ele precisa ser ajustado na comissão jurídica, votado no plenário da Câmara – onde os republicanos têm maioria –, passar pelo Senado e receber a sanção presidencial. O deputado democrata Jamie Raskin tentou emplacar uma emenda para incluir sanções contra autoridades que prendam americanos por criticar ditadores, mas não obteve sucesso, criticando a proposta como seletiva e limitada.
Enquanto isso, a Justiça americana rejeitou na terça-feira um pedido de liminar do Rumble contra Moraes, mantendo a suspensão da plataforma no Brasil. O caso expõe o embate entre a soberania brasileira e a pressão externa, com o ministro do STF no centro do furacão. Se a lei for aprovada, Moraes pode ter seu visto cassado e ser barrado nos EUA, um precedente que preocupa o Judiciário brasileiro e aquece o clima político em ambos os lados do Atlântico.