A longa seca na região amazônica tem levado os rios da Bacia do Rio Amazonas a níveis historicamente baixos. Entre os dias 12 e 14 de outubro, três dos mais importantes afluentes da região — Solimões, Acre e Madeira — registraram as menores marcas desde o início do monitoramento, de acordo com dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Na quinta-feira (12), o Rio Solimões, em Tabatinga (AM), cidade fronteiriça com a Colômbia, atingiu -171 mm, a menor marca registrada até hoje. Essa situação reflete a séria crise hídrica enfrentada, com a escassez de chuvas agravando a seca.
O Rio Acre, que desemboca no Rio Purus, outro importante afluente do Amazonas, também registrou um recorde negativo na quinta-feira. Em Rio Branco (AC), o nível do rio chegou a 126 cm, a menor cota já registrada. A capital acreana não apenas enfrenta a seca, mas também lida com incêndios florestais que deterioraram a qualidade do ar, resultando na suspensão de aulas e no cancelamento do desfile de 7 de setembro.
No sábado (14), o Rio Madeira, em Porto Velho (RO), atingiu 41 cm, a menor marca desde o início do monitoramento em 1967. Este afluente é o mais longo e um dos mais importantes do Amazonas, com quase 1,5 mil quilômetros de extensão, e vem enfrentando uma queda contínua de seu nível desde julho deste ano. A situação se agravou tanto que o SGB instalou uma nova régua de medição, que inclui centímetros.
Além desses rios, outras áreas da Bacia do Amazonas também estão sendo classificadas como em “seca” pelo SGB. O Rio Purus, em Beruri (AM), registrou 623 cm no sábado e pode ser classificado como “seca extrema” se o nível cair para 530 cm. No Solimões, em Itapéua, na comunidade de Coari (AM), o nível atingiu 294 cm e pode entrar em “seca extrema” se cair para 200 cm. O mesmo pode ocorrer com o Solimões em Manacapuru (AM), que atingiu 619 cm no sábado e será classificado como “seca extrema” se chegar a 288 cm.
A crise hídrica em curso é motivo de grande preocupação na região amazônica, com impactos severos na navegação, agricultura e na vida das comunidades ribeirinhas, além de potencialmente agravar os incêndios florestais. O monitoramento contínuo dos rios e a implementação de medidas emergenciais são essenciais para mitigar os impactos dessa seca histórica.
Leia mais:
Seca no Rio Solimões isola mais de três mil pessoas
Receba notícias do Portal Tucumã no seu WhatsApp e fique bem informado!
CLIQUE AQUI: https://cutt.ly/96sGWrb