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Concessões de florestas na Amazônia podem triplicar e impulsionar combate ao desmatamento

Foto: divulgação

Em uma iniciativa pioneira, o governo federal, em conjunto com a iniciativa privada e entidades do terceiro setor, está planejando uma expansão considerável na concessão de florestas públicas na Amazônia. Visando passar dos atuais 1,3 milhão de hectares para impressionantes 5 milhões de hectares nos próximos dois anos, essa estratégia ambiciosa busca trazer uma nova vida à gestão sustentável dessas áreas. As concessões, que foram estabelecidas com a Lei de Gestão das Florestas Públicas em 2006, operam sob dois eixos principais: manejo e restauração florestal, ambos focados na preservação ambiental e na luta contra o desmatamento ilegal.

Essa colaboração inclui atores importantes como o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente; o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), uma ONG dedicada à conservação ambiental; e a Systemiq, uma consultoria global que trabalha para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono. Juntos, eles delinearam um plano para estender o alcance das concessões florestais, integrando a preservação ambiental com modelos econômicos sustentáveis.

Leonardo Sobral, diretor do Imaflora, enfatiza a importância desta expansão: “Desde 2006, o país já designou 1,3 milhão de hectares sob concessão federal, somando-se a 2 milhões se considerarmos as áreas estaduais. Mas para verdadeiramente proteger nossas florestas, precisamos avançar ainda mais”. Essa fala destaca a necessidade urgente de se intensificar a proteção das áreas florestais brasileiras.

O manejo florestal, um dos pilares dessa iniciativa, propõe uma exploração responsável e medida de recursos da floresta, incluindo tanto a madeira quanto produtos não madeireiros, como castanhas e óleos. Esse sistema não apenas garante a sustentabilidade ambiental, mas também atribui valor real às terras, combatendo a apropriação ilegal. Este último ponto é crucial quando consideramos que cerca de 60 milhões de hectares de terras públicas na Amazônia enfrentam ameaças diretas de grilagem e exploração predatória – uma área duas vezes maior que o estado de São Paulo, conforme apontam estudos do Ipam.

Por outro lado, a restauração florestal emerge como uma estratégia vital para recuperar áreas degradadas, utilizando o carbono armazenado nessas regiões como um mecanismo de financiamento viável. Renato Rosenberg, do SFB, revela o potencial do mercado de carbono, mesmo diante dos desafios presentes, como os preços baixos e a falta de demanda. A perspectiva é otimista para projetos que visam não apenas o lucro, mas também o impacto ambiental e social positivo.

Felipe Faria, da Systemiq, vê a integração entre o mercado de carbono e as práticas de manejo e restauração florestal como uma alavanca para o desenvolvimento sustentável. Ele argumenta que atribuir valor econômico à conservação da floresta pode criar um novo paradigma de prosperidade, que beneficie tanto as comunidades locais quanto o planeta.

Adicionalmente, a parceria recebe apoio financeiro do governo britânico através do PROGRAMA UK PACT, parte integrante do financiamento internacional do Reino Unido para ações climáticas. Esse suporte sublinha a relevância e o potencial global da iniciativa, posicionando-a como um vetor chave para a transição climática e a conservação ambiental. Com isso, lança-se a base para uma nova realidade onde a preservação da Amazônia e o desenvolvimento econômico andam lado a lado, definindo um futuro mais verde e sustentável para todos.

Fonte: https://18horas.com.br/brasil/concessoes-de-florestas-na-amazonia-podem-triplicar-e-sao-apostas-no-combate-ao-desmatamento/