Grupo Chibatão Inicia Processo para Instalação de Novo Píer Flutuante no Amazonas
Amazonas – Com o intuito de se preparar para futuros eventos de seca, o Grupo Chibatão iniciou o processo de autorização para construir um novo píer flutuante no estado do Amazonas. Esta iniciativa visa assegurar que as operações logísticas na região continuem sem interrupções, independentemente das condições climáticas nos próximos meses.
Na última segunda-feira (10), o diretor-executivo do Grupo Chibatão, Jhony Fidelis, encontrou-se com o Capitão dos Portos da Amazônia Ocidental, André Carvalhaes, na Capitania Fluvial. Durante a reunião, Fidelis apresentou um ofício formalizando o pedido para a instalação da estrutura ainda este ano.
Medidas Preventivas para Manter a Logística Estável
Jhony Fidelis ressaltou que a nova solicitação tem como objetivo garantir a estabilidade logística do estado, mesmo diante de condições climáticas imprevisíveis. Ele afirmou: “Nosso foco é antecipação. A experiência do ano passado mostrou que investir em soluções adaptáveis é essencial para manter o fluxo de mercadorias e minimizar impactos econômicos”.
Como resposta às dificuldades causadas pela seca de 2023, o Grupo Chibatão implementou, em 2024, um píer flutuante temporário em Itacoatiara. Esta estrutura, com 277,5 metros, foi projetada para operar mesmo com níveis baixos de água, permitindo a atracação de grandes embarcações e evitando interrupções no fluxo de cargas. Entre setembro e novembro de 2024, o píer recebeu 31 navios e movimentou aproximadamente 34 mil contêineres, contribuindo para que as importações do Amazonas atingissem US$ 13,7 bilhões até outubro, superando o total de 2023.
Impacto e Antecipação no Contexto Ambiental
O Capitão dos Portos comentou: “O mundo inteiro está atento ao nosso regime de seca, e a antecipação traz tranquilidade ao mercado. Isso demonstra que nós, amazonenses, estamos preocupados e tomando as providências necessárias para garantir que o comércio continue ativo e que a economia permaneça saudável. O mais importante é que as pessoas saibam que o Amazonas não vai parar. Independentemente das secas e cheias, manteremos o abastecimento da cidade e o Distrito Industrial em pleno funcionamento”.
Meio Ambiente – As previsões climáticas indicam que os níveis dos rios devem permanecer mais estáveis este ano em comparação aos anos anteriores. O Governo do Amazonas recentemente declarou que não há previsão de uma seca tão severa quanto a de 2024. No entanto, especialistas alertam que eventos climáticos extremos podem se tornar mais comuns devido às mudanças climáticas globais, tornando essencial o planejamento contínuo para mitigar impactos na logística regional.
Nos últimos anos, as secas severas na região afetaram diretamente o transporte de mercadorias e a economia do estado. Em 2023, o nível do Rio Negro atingiu 13,59 metros em outubro, uma das menores marcas já registradas. Em 2024, a situação foi ainda mais crítica, com o rio chegando a apenas 12,66 metros, a menor cota dos últimos 122 anos, segundo dados do Porto de Manaus. Esta redução comprometeu a navegação de embarcações de grande porte, impactando o abastecimento da Zona Franca de Manaus e resultando em custos logísticos adicionais.
A decisão do Grupo Chibatão de solicitar antecipadamente a autorização para um novo píer flutuante reflete uma postura preventiva frente aos desafios logísticos do estado. Caso aprovada, a estrutura poderá representar um reforço significativo para o transporte de cargas e o abastecimento da Zona Franca de Manaus, fortalecendo a resiliência do setor portuário no Amazonas.