Amazonas – O movimento organizado pelo Sindicato dos Fluviários da Seção de Convés do Amazonas (Sindflu), que tinha como objetivo paralisar as atividades de transporte de cargas e produtos via fluvial no estado, fracassou completamente neste final de semana. Sem nenhuma adesão dos trabalhadores, as operações continuam normalmente em todas as regiões e empresas do setor.
De acordo com áudios compartilhados nas redes sociais por representantes do próprio Sindflu, a maioria dos aquaviários decidiu não aderir à greve. Muitos trabalhadores expressaram satisfação com os salários e as condições de trabalho oferecidas pelas empresas, preferindo manter suas atividades normais.
Em resposta à ameaça de paralisação, o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) acionou a Justiça do Trabalho. Na noite do último dia 18, a Justiça concedeu uma liminar determinando que o Sindflu mantenha 70% do contingente de seus associados em atividade, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
Apesar da decisão judicial e da falta de apoio à greve, muitos aquaviários associados ao Sindflu relataram, sob anonimato, que vêm sofrendo ameaças. Eles alegam que campanhas de incitação à animosidade contra as empresas e contra aqueles que não concordam com a paralisação têm sido promovidas.
Acordos e União
No mês passado, representantes do Sindarma e do Sindflu firmaram um acordo na Procuradoria Regional do Trabalho da 11ª Região AM/RR, suspendo a greve. O acordo incluía um reajuste salarial acima da inflação de 5% para os aquaviários e foi aceito por ambas as partes.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários (Sintraqua) e o Sindflu representam os trabalhadores do setor no Amazonas. Em julho, o Sindarma e o Sintraqua assinaram a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), mas o Sindflu anunciou a paralisação antes mesmo de apresentar uma nova pauta de reivindicações, enquanto a convenção de 2023 ainda estava vigente.
A ameaça de greve, que surgiu no início do verão e da estiagem, gerou pânico entre os moradores de municípios do interior do estado. Houve especulação sobre o aumento de preços de itens básicos como alimentos, além de preocupação com possíveis apagões em cidades onde a energia depende de geradores alimentados por combustível transportado via fluvial.
Galdino Alencar, presidente do Sindarma, reafirmou o compromisso da entidade com o diálogo e a colaboração para manter o abastecimento e ajudar o Amazonas a superar a seca que assola a região. “O momento é de união de forças para mantermos o abastecimento e ajudarmos o Amazonas a superar mais esta grande seca”, ressaltou.
Com informações da assessoria de imprensa.