No Brasil, o caso do escandaloso homicídio da vereadora Marielle Franco, junto com o motorista Anderson Gomes, acaba de vivenciar um momento crucial. Neste domingo passado, o Ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou a decisão de mandar prender o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil), bem como Domingos Brazão, que desempenha suas funções no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior, delegado da Polícia Civil.
Em um movimento assertivo, Moraes sinalizou que o envolvimento deste trio nos lamentáveis eventos não se limita apenas a participação direta, mas se estende ao uso abusivo do sistema estatal com o intuito de barrar o avanço das investigações. De acordo com o ministro, as provas que apontam para a culpabilidade dos irmãos Brazão são notavelmente claras, ressaltando que a contratação dos executores do crime e a consequente garantia de impunidade foram orquestradas dentro do próprio âmbito da Polícia Civil, por meio de Rivaldo Barbosa.
Os documentos elaborados pela Polícia Federal, citados por Moraes, delineiam uma imagem perturbadora das atuações dos irmãos Brazão, em especial a de Domingos, ligadas a atos como a formação de milícias e a usurpação ilegal de terras. Além disso, ilustram a hostilidade cultivada pelo “Clã Brazão” contra figuras políticas do PSol, a exemplo de Marielle Franco, por questões que envolvem tanto a disputa por terra quanto a luta pelo direito à habitação no Rio de Janeiro.
A animosidade entre os Brazão e os membros do PSol teria alcançado níveis alarmantes no período que antecedeu o planejamento do homicídio de Marielle, com Chiquinho Brazão desempenhando um papel protagonista no processo. Em um acontecimento particularmente revelador, Chiquinho demonstrou uma reação “irrefreável” diante da postura de Marielle durante uma votação na Câmara dos Vereadores.
Também foi descoberto no relatório da PF que os irmãos Brazão chegaram a infiltrar um espião dentro do PSol com o objetivo de se apropriar de informações privilegiadas, incluindo a resistência de Marielle contra a expansão de loteamentos em territórios controlados por milícias. Tais dados teriam sido utilizados como fundamentos para a articulação do crime, com instruções específicas de Rivaldo Barbosa para que o assassinato não fosse associado à Câmara dos Vereadores.
Moraes sublinhou a interferência constante do trio nas investigações, argumentando que as prisões são imprescindíveis para preservar a ordem pública, assegurar a correta condução do processo criminal e a exata aplicação da lei penal. Ele enfatizou o comportamento obstinado dos irmãos Brazão e de Rivaldo Barbosa em obstruir o esclarecimento dos eventos que cercam os assassinatos de Marielle e Anderson.
Os indivíduos detidos ficarão na Penitenciária Federal de Brasília, à espera do endosso da decisão pela 1ª Turma do STF. Dentre as medidas adotadas, incluem-se a busca e apreensão em domicílios, o congelamento de bens e o afastamento de cargos públicos.
Em outras notícias relacionadas, destaca-se que irmãos Brazão e o delegado Barbosa estariam dificultando o progresso das investigações, conforme indicado por Alexandre de Moraes. O delegado, antes preso, chegou a confortar a família de Marielle, alegando que resolver o caso era uma “questão de honra”. A Polícia Federal capturou suspeitos de ordenar a morte de Marielle Franco. Além disso, estão sendo investigadas possíveis conexões do crime com conflitos por terras. Domingos Brazão, acusado de comandar o homicídio de Marielle, se manifestou, declarando que a PF está o “fazendo sangrar”.