Em uma recente troca de farpas nas redes sociais, um detalhe emerge: um reajuste salarial controverso que remonta a um decreto de 2010, assinado pela então presidente Cristina Kirchner. Em uma publicação no X (anteriormente conhecido como Twitter), veio à tona a informação de que esse ajuste seria implementado, algo que a ex-presidente criticou. “Neste período desafiador, onde a comunidade argentina realiza esforços hercúleos, os políticos deveriam estar na vanguarda do auxílio”, salientou, enfatizando a importância da decisão tomada.
Contudo, Cristina Kirchner não deixou o comentário sem resposta. Ela retrucou: “Veio à luz que o seu governo e seus assessores receberam um aumento salarial de 48%, e a única explicação que encontram é atribuir a culpa a um decreto que redigi há mais de uma década? Seria prudente eu não mencionar a quem essa atitude me recorda, colocando a culpa em uma mulher.”
Este embate entre os políticos não é inédito, especialmente sobre questões atuais tão sensíveis. Victoria Tolosa Paz, figura proeminente da oposição, apontou que o aumento nos salários do presidente, ministros, secretários e subsecretários já estava em vigor desde fevereiro. “Sob o pretexto da economia, Milei está nos enganando”, ela expressou também por meio de uma plataforma social.
Desde a sua posse em dezembro, Milei impôs uma redução significativa nos gastos do governo. Essa medida resultou em uma onda de protestos recentes. Manifestações organizadas por grupos de esquerda e greves convocadas por diversas categorias, incluindo maquinistas, profissionais da saúde, funcionários da aviação e professores, ocorreram exigindo reajustes salariais. Esse movimento ocorre num momento em que a Argentina enfrenta uma inflação anual que supera 254%, além de uma retração na atividade econômica, aumentando ainda mais a tensão social e econômica no país.