Médicos do Amazonas reduzem atendimentos em protesto por salários atrasados e melhorias na saúde pública
Nesta sexta-feira (1º), os médicos do estado do Amazonas decidiram iniciar um protesto que impactará diretamente os atendimentos a pacientes. O objetivo do movimento é chamar a atenção para a situação precária da saúde pública e reivindicar o pagamento dos salários atrasados, além de melhorias no sistema de atendimento.
A adesão ao protesto abrange os atendimentos não urgentes da rede ambulatorial, afetando unidades como os hospitais 28 de Agosto, João Lúcio e Platão Araújo, além dos SPAs e UPAs. Os médicos destacam que a falta de pagamento e a escassez de recursos comprometem não apenas a remuneração dos profissionais, mas também o abastecimento das unidades de saúde.
De acordo com o diretor da Cooperativa de Clínica Médica, Victor Hugo, as reivindicações são abrangentes e englobam outras categorias de profissionais da saúde no estado. A falta de abastecimento dos materiais necessários para atendimento hospitalar, como medicamentos e utensílios para cirurgias, tem gerado improvisações e atrasos nos tratamentos, prejudicando a qualidade do atendimento e prolongando o tempo de internação dos pacientes.
Um documento assinado por 15 instituições representativas dos médicos no Amazonas foi entregue às autoridades do governo do estado, na quarta-feira (29). O secretário de Saúde, Anoar Samad, afirmou ter recebido as reivindicações e solicitou à Secretaria de Estado da Fazenda a liberação de mais de R$ 453 milhões para o pagamento das despesas em atraso. Até o momento, não houve resposta por parte da Sefaz-AM.
Enquanto o governo não se manifesta sobre as demandas dos médicos, os pacientes afetados pelo protesto precisarão reagendar suas consultas não urgentes. Os atendimentos de emergência e urgência, no entanto, continuarão sendo realizados normalmente em todas as unidades de saúde do estado. A expectativa é de que a mobilização dos médicos traga visibilidade para os problemas enfrentados no sistema público de saúde e pressione as autoridades a tomarem medidas efetivas para solucioná-los.