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Colapso no AM: Cientistas revelam água a 38°C, peixe em decomposição e jacaré sem vida

Peixe em decomposição. Imagem: Susana Braz-Mota

Seca sem precedentes ameaça vida aquática na região amazônica

Nos últimos meses, uma triste realidade tem se tornado cada vez mais comum nos arredores de Manaus, a capital do Amazonas. Antigos cenários de águas abundantes agora estão secos, cobertos por lama e barro. O encontro dos rios Negro e Solimões-Amazonas, que antes parecia um mar infinito, agora conta com bancos de areia à vista. E no lugar das águas, deparamos com cadáveres em decomposição de peixes, jacarés, botos e tracajás.

Em busca de respostas para essa situação alarmante, uma equipe do Laboratório de Ecofisiologia Molecular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (LEEM-Inpa) foi até o município de Careiro Castanho, a 80 km de Manaus, para monitorar a seca. A escassez de água já atinge lagos menores na região, trazendo impactos significativos para as comunidades ribeirinhas, que dependem do rio para transporte e abastecimento.

Os efeitos são visíveis: crianças não conseguem ir à escola devido ao baixo nível das águas e onde antes havia lagos, agora há muitos peixes mortos. A análise da água revelou temperaturas acima de 38 ºC, muito acima da média que é entre 28 ºC e 30 ºC, além de níveis perigosamente baixos de oxigênio, chegando a 0,5 mg de O2 por litro, próximo de zero.

Essa situação representa um risco sem precedentes para os ecossistemas aquáticos amazônicos, com a redução e possível extinção de várias espécies. Os animais estão vivendo próximo do limite de sua capacidade de adaptação ao calor constante e excessivo.

As medições do porto de Manaus mostram que o rio Negro, ao longo de setembro, secou em mais de 20 cm por dia. Embora em outubro os números mostrem melhora, chegando a uma vazão de 13 cm, a seca persiste e já é considerada a segunda maior da história. Na última segunda-feira (16), o nível do rio atingiu a menor marca registrada, com 13,59 metros.

É preocupante observar que o rio já chegou a níveis esperados para a estação seca, que geralmente se estende até novembro, o que indica a possibilidade de quebrar recordes nas próximas semanas. Está claro: o Amazonas está enfrentando um fenômeno climático extremo.

Ameaça à vida aquática

A região amazônica é conhecida por abrigar a maior bacia hidrográfica do mundo, com aproximadamente 1700 rios. Essas águas se espalham por uma grande quantidade de igarapés, levando nutrientes para dentro das florestas. É nessa imensidão de água que vive cerca de 20% da variedade de peixes de água doce do planeta, além de outros animais como insetos, sapos, botos, peixes-boi, cobras, jacarés e tartarugas.

No entanto, o cenário atual coloca em risco a vida aquática da região. A exposição constante a altas temperaturas pode ser fatal para essas espécies, que estão lutando para se adaptar a esse calor insuportável. A seca sem precedentes ameaça todo o equilíbrio e diversidade dos ecossistemas amazônicos, destacando a urgência de medidas para conter essa crise. É essencial que haja uma ação efetiva e rápida para preservar essa riqueza natural única no mundo.

Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/rodrigo-ratier/2023/10/17/agua-a-38-oc-peixe-podre-e-jacare-morto-cientistas-mostram-colapso-no-am.htm

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